O Alfabeto armênio e a homenagem ao tradutor
A tradução através dos séculos foi responsável pela transmissão de conhecimentos entre sociedades, quebrando barreiras lingüísticas e permitindo um intercâmbio entre nações, raças, culturas e continentes. Em alguns casos, o ato de traduzir foi responsável pela unificação de dialetos, criando, assim, línguas nacionais, ou até mesmo alfabetos nacionais, como aconteceu na Armênia.
A tradução através dos séculos foi responsável pela transmissão de conhecimentos entre sociedades, quebrando barreiras lingüísticas e permitindo um intercâmbio entre nações, raças, culturas e continentes. Em alguns casos, o ato de traduzir foi responsável pela unificação de dialetos, criando, assim, línguas nacionais, ou até mesmo alfabetos nacionais, como aconteceu na Armênia.
Nesse país, escreviam-se línguas traduzidas, como o grego, o siríaco e o pálavi, na época do domínio persa na região. Após a conversão da Armênia ao cristianismo, em 314, o povo armênio passou a cultivar um sentimento de independência moral e cultural que culminou com o surgimento da necessidade de criação de um alfabeto próprio do país.
A princípio, as Escrituras eram ensinadas em grego e siríaco. Contudo, o monge Mesrop Mashtots enfrentou diversas dificuldades na evangelização do leste do país sem uma tradução da Bíblia para o armênio. Mesrop Mashtots falava grego, persa, siríaco e armênio, e sua maior contribuição à cultura armênia foi a criação do alfabeto armênio, entre 392 e 406. Ele realizou diversas pesquisas na Turquia, Síria, Edessa, Amida e, por fim, Antioquia, onde definiu o conteúdo fonético de cada letra e, mais tarde, aperfeiçoou a grafia das letras em Samosata (atual Samsat, na Turquia).
Ao regressar à Armênia, compôs um alfabeto de 36 letras e, com o auxílio de seus discípulos, começou a traduzir a Bíblia para o armênio. Essa tradução era o meio de difundir a língua armênia e o novo alfabeto. Assim, após sua finalização, os dirigentes do país apresentaram um plano espantosamente moderno para a época: a criação de uma rede de escolas públicas visando a alfabetização de todo o país. Com isso, pretendiam criar uma forte identidade política e cultural no país.
Inicia-se, assim, a “Idade de Ouro” da literatura armênia, com diversas obras-primas traduzidas nas várias áreas do conhecimento, como história, filosofia e matemática, além da produção de várias obras nacionais em diversos gêneros.
Atualmente, as realizações de Mesrop são comemoradas anualmente na festa Tarkmanchats (os tradutores), que marca o início do ano escolar e homenageia os tradutores, escritores e professores responsáveis pelo enriquecimento dos recursos intelectuais e por modelarem novas gerações. Muitos livros escolares trazem a foto de Mesrop, autêntico ícone nacional, em suas capas.
Este texto foi baseado num capítulo do livro: “Os Tradutores na História”, de Jean Delisle e Judith Woodsworth, 1998, Editora Ática.
Nesse país, escreviam-se línguas traduzidas, como o grego, o siríaco e o pálavi, na época do domínio persa na região. Após a conversão da Armênia ao cristianismo, em 314, o povo armênio passou a cultivar um sentimento de independência moral e cultural que culminou com o surgimento da necessidade de criação de um alfabeto próprio do país.
A princípio, as Escrituras eram ensinadas em grego e siríaco. Contudo, o monge Mesrop Mashtots enfrentou diversas dificuldades na evangelização do leste do país sem uma tradução da Bíblia para o armênio. Mesrop Mashtots falava grego, persa, siríaco e armênio, e sua maior contribuição à cultura armênia foi a criação do alfabeto armênio, entre 392 e 406. Ele realizou diversas pesquisas na Turquia, Síria, Edessa, Amida e, por fim, Antioquia, onde definiu o conteúdo fonético de cada letra e, mais tarde, aperfeiçoou a grafia das letras em Samosata (atual Samsat, na Turquia).
Ao regressar à Armênia, compôs um alfabeto de 36 letras e, com o auxílio de seus discípulos, começou a traduzir a Bíblia para o armênio. Essa tradução era o meio de difundir a língua armênia e o novo alfabeto. Assim, após sua finalização, os dirigentes do país apresentaram um plano espantosamente moderno para a época: a criação de uma rede de escolas públicas visando a alfabetização de todo o país. Com isso, pretendiam criar uma forte identidade política e cultural no país.
Inicia-se, assim, a “Idade de Ouro” da literatura armênia, com diversas obras-primas traduzidas nas várias áreas do conhecimento, como história, filosofia e matemática, além da produção de várias obras nacionais em diversos gêneros.
Atualmente, as realizações de Mesrop são comemoradas anualmente na festa Tarkmanchats (os tradutores), que marca o início do ano escolar e homenageia os tradutores, escritores e professores responsáveis pelo enriquecimento dos recursos intelectuais e por modelarem novas gerações. Muitos livros escolares trazem a foto de Mesrop, autêntico ícone nacional, em suas capas.
Este texto foi baseado num capítulo do livro: “Os Tradutores na História”, de Jean Delisle e Judith Woodsworth, 1998, Editora Ática.